Me aconteceram três situações recentemente que me levaram a crer que eu precisava escrever sobre este tema.
A primeira foi quando eu estava na casa de uma amiga, e ouvi o seguinte comentário:
- Filha minha tem que casar virgem!
Isto foi há uns três meses atrás. Não "assuntei" a conversa...
A segunda situação, foi, estava eu sentada em frente ao meu computador escrevendo, quando ouvi a minha secretária me perguntando: "Que tipos de posições sexuais um casal pode ter? será que não é sujo, vergonhoso?" Alguma coisa assim foi o seu questionamento. Isto foi a semana passada.
A terceira, estávamos todos reunidos na casa da minha sogra, neste último domingo, dia das Mães. Meus pais também estavam conosco, todos reunidos na sala, conversando. A tv estava ligada e passou um comercial com a propaganda do filme "Simplesmente complicado". Os personagens do filme estavam deitados na cama e tinham acabado de "transar". O ex-marido (Alec Baldwin) vira para a ex-esposa (Meryl Streep) , coloca com tudo a mão na sua, vamos dizer um termo mais bonitinho, "periquita" (tabu), e diz: "nossa, eu estava morrendo de saudades dela!" Minha mãe solta um "Que que isso? que horror!"
Estamos em pleno século XXI, sexo totalmente banalizado na tv, internet, revistas, feminismo correndo solto (acho que nem tanto), e ainda assim ele continua sendo um enorme tabu, pra não dizer "problema", pra muita gente.
Pensamentos como o da minha mãe, esses não tem mais jeito mesmo...75 anos. A segunda filha, entre sete, criada com rigor, em um ambiente totalmente avesso a diálogos, onde sexo era tratado como sujo e pecaminoso, não poderia esperar-se outra coisa mesmo. E olha que ainda considero minha mãe uma precursora do feminismo, pois saiu de casa ainda menina (da roça, como diz) e foi pra cidade trabalhar e estudar (1950 + ou -). E ainda, mais tarde, foi buscar suas irmãs, enfrentando os pais que eram totalmente contra. Mulher não era para trabalhar fora ou estudar. Mulher era para casar e procriar, segundo pensamentos do meu avô, com o aval da minha avó.
Cresci vendo minha mãe trabalhar, fazer cursos. Foi para o Rio de Janeiro, sozinha, e se formou como estilista e modista, com Gil Brandão. Mas, mesmo assim, cresci com a idéia de que sexo era uma coisa feia, suja, pecaminosa, que só gente doente mentalmente praticava. O dia em que peguei ela e meu pai transando, fui embora para a casa da minha avó. Fiquei lá dois meses, com vergonha e medo dos meus pais...
Mas eu criei meus filhos diferente...Com dois anos de idade, minha filha pequenina já ganhou um livro infantil, "De onde viemos", ensinando o que era sexo e como se faziam os bebês. Com imagens lindas, mostrando que sexo é AMOR e UNIÃO, desfazendo totalmente mitos, preconceitos e tabus.
Como eu, apesar da educação que recebi, consegui ter uma cabeça assim, sem preconceitos e sem crenças distorcidas sobre sexo? sinceramente eu, às vezes, me indago sobre isso. Mas lembram-se que já escrevi aqui, que desde pequena sempre li muito? ironicamente, foi minha mãe a pessoa que mais me induziu ao mundo da leitura. E acredito que foi lá sim, que meus pensamentos e crenças foram se distorcendo, sendo revistos, reconstruídos e, por que não, "purificados"?
O caso da amiga que quer que sua filha case virgem.
Será difícil...não impossível...
Mas o importante mesmo é que você, ou vocês (marido, no caso), possam ter um diálogo franco, aberto e sincero com seus filhos. É preciso que eles tenham informações corretas, desde pequenos, sobre o que é o sexo. Me lembro que, quando alguma criança vinha com alguma informação absurda à respeito disso, meus filhos a corrigiam e diziam a verdade.
Hoje em dia, mais do em qualquer época, é necessário que nossos filhos estejam bem informados quanto aos cuidados que devem tomar ao iniciar a sua vida sexual. Hoje, ela se inicia muito mais cedo do que antigamente. Fato. Você pode até tampar o sol com a peneira, mas é real. E se você tiver dificuldades em aceitar isso, seus filhos, a mulher, em especial terá que enfrentar SOZINHA esta fase da vida, escondido de você. E aí sim, poderá estar sujeita a uma gravidez indesejada, doenças, e hoje temos a Aids, que é terrível (acompanhei dois primos, e vi como sofreram), mas muito mais triste, ela acabar caindo nas mãos de alguém que não a respeite, não a trate com carinho e consideração e acabar tendo uma "primeira vez" ruim, que ficará para sempre marcada na mente. Se você estiver por perto, como amiga e confidente, poderá orientá-la para que ela jamais "caia nessa".
E ainda, outro problema seríssimo, fazer um ABORTO. Uma menina, sozinha, abandonada pelo parceiro "cafajeste", que não quer nem saber, em uma clínica "suspeita", sem ninguém para apoiá-la, para orientá-la, para ampará-la, não tenha dúvida, estará no "inferno" e sofrendo muito. A dor, o medo, a desesperança, o desespero, a solidão...estes serão os seus companheiros...
Mães, sejam amigas de seus filhos. O problema não está em transar ou não transar antes de casar. Se sua filha fizer isso com alguém que a ame e a respeite, e idem para ela, isto não diminuirá em nada a sua integridade. A honra, a integridade, o caráter, a dignidade do ser humano está em suas atitudes e formas de pensar, e não em fazer ou não sexo. Tenha muito claro isto em sua mente.
Quanto ao caso da minha secretaria...
Acredito que ela, apesar de ter apenas 32 anos, ainda é daquelas que vê o sexo como uma coisa vergonhosa, suja, pecaminosa. Sabe, o tal do "pecado original"?
Eu realmente, não acredito nisso. Esse pensamento, sim, para mim, é uma doença.
O sexo nos traz à Vida, tão linda, tão cheia de ensinamentos, tão intensa...Como, então, ele poderia ser algo sujo e pecaminoso? Isto foram os próprios homens, sedentos de poder e manipulação, que criaram. Gostaria de me lembrar aqui de algumas falas que vi no filme "Arranca-me a vida", quando uma menina de 15 anos que recém se casara, fora pedir conselhos à uma velha sábia. Ela pediu à senhora que gostaria de aprender a "sentir", pois quando ela transava com o marido, nada sentia. É então, que, esta velha sábia diz palavras que eu nunca ouvi serem ditas sobre o sexo...ma ra vi lho so!!!!! mas não sei dizer aqui...vou pesquisar, é um filme mexicano.
Mas acredito, sim, no poder do sexo, que é Amor, união, explosão de energias espirituais belíssima e deliciosa de se sentir...o prazer...que nos completa e nos faz sentir que somos um só...isto é muito bom...é puro...é suave...é delicado...é sensível...é mágico...
Como isto pode ser ruim, vergonhoso, sujo? O pecado e a sujeira estão na mente e não no ato sexual, em si.
E quanto a que posição podemos usar? todas, tudo...nada é sujo, nada é pecado, nada é ruim ou mal...estando entre quatro paredes, havendo amor e cumplicidade, tudo é bonito e puro...
E fantasias sexuais? acho perfeita e puramente natural. Quando ficamos na fantasia...
quando queremos trazer as fantasias para a realidade, dependendo da fantasia, já acho mais complicado. Até mesmo uma das mais bravas lutadoras feministas que houve, a escritora francesa Simone de Beauvoir, que pregava o relacionamento e sexo livre, teve problemas no relacionamento que tinha com Sartre. Ela deixa isso claro, entrelinhas em seus livros. Em civilizações que não tem como cultura o casamento monogâmico, também assistimos, lemos, ouvimos, desgraças que ocorreram por isto.
Mas, cada um sabe o que faz.
Então, viva, ame, transe, sem culpa e sem remorsos, sabendo que o que você realmente está fazendo é VIVER, e sexo é vida!
Livros recomendados para as crianças sobre Educação sexual:
Este, a partir de 4 anos
Estes dois, a partir de 7 anos
Um beijo carinhoso!
Texto escrito por: Lizete Ferraz
A primeira foi quando eu estava na casa de uma amiga, e ouvi o seguinte comentário:
- Filha minha tem que casar virgem!
Isto foi há uns três meses atrás. Não "assuntei" a conversa...
A segunda situação, foi, estava eu sentada em frente ao meu computador escrevendo, quando ouvi a minha secretária me perguntando: "Que tipos de posições sexuais um casal pode ter? será que não é sujo, vergonhoso?" Alguma coisa assim foi o seu questionamento. Isto foi a semana passada.
A terceira, estávamos todos reunidos na casa da minha sogra, neste último domingo, dia das Mães. Meus pais também estavam conosco, todos reunidos na sala, conversando. A tv estava ligada e passou um comercial com a propaganda do filme "Simplesmente complicado". Os personagens do filme estavam deitados na cama e tinham acabado de "transar". O ex-marido (Alec Baldwin) vira para a ex-esposa (Meryl Streep) , coloca com tudo a mão na sua, vamos dizer um termo mais bonitinho, "periquita" (tabu), e diz: "nossa, eu estava morrendo de saudades dela!" Minha mãe solta um "Que que isso? que horror!"
Estamos em pleno século XXI, sexo totalmente banalizado na tv, internet, revistas, feminismo correndo solto (acho que nem tanto), e ainda assim ele continua sendo um enorme tabu, pra não dizer "problema", pra muita gente.
Pensamentos como o da minha mãe, esses não tem mais jeito mesmo...75 anos. A segunda filha, entre sete, criada com rigor, em um ambiente totalmente avesso a diálogos, onde sexo era tratado como sujo e pecaminoso, não poderia esperar-se outra coisa mesmo. E olha que ainda considero minha mãe uma precursora do feminismo, pois saiu de casa ainda menina (da roça, como diz) e foi pra cidade trabalhar e estudar (1950 + ou -). E ainda, mais tarde, foi buscar suas irmãs, enfrentando os pais que eram totalmente contra. Mulher não era para trabalhar fora ou estudar. Mulher era para casar e procriar, segundo pensamentos do meu avô, com o aval da minha avó.
Cresci vendo minha mãe trabalhar, fazer cursos. Foi para o Rio de Janeiro, sozinha, e se formou como estilista e modista, com Gil Brandão. Mas, mesmo assim, cresci com a idéia de que sexo era uma coisa feia, suja, pecaminosa, que só gente doente mentalmente praticava. O dia em que peguei ela e meu pai transando, fui embora para a casa da minha avó. Fiquei lá dois meses, com vergonha e medo dos meus pais...
Mas eu criei meus filhos diferente...Com dois anos de idade, minha filha pequenina já ganhou um livro infantil, "De onde viemos", ensinando o que era sexo e como se faziam os bebês. Com imagens lindas, mostrando que sexo é AMOR e UNIÃO, desfazendo totalmente mitos, preconceitos e tabus.
Como eu, apesar da educação que recebi, consegui ter uma cabeça assim, sem preconceitos e sem crenças distorcidas sobre sexo? sinceramente eu, às vezes, me indago sobre isso. Mas lembram-se que já escrevi aqui, que desde pequena sempre li muito? ironicamente, foi minha mãe a pessoa que mais me induziu ao mundo da leitura. E acredito que foi lá sim, que meus pensamentos e crenças foram se distorcendo, sendo revistos, reconstruídos e, por que não, "purificados"?
O caso da amiga que quer que sua filha case virgem.
Será difícil...não impossível...
Mas o importante mesmo é que você, ou vocês (marido, no caso), possam ter um diálogo franco, aberto e sincero com seus filhos. É preciso que eles tenham informações corretas, desde pequenos, sobre o que é o sexo. Me lembro que, quando alguma criança vinha com alguma informação absurda à respeito disso, meus filhos a corrigiam e diziam a verdade.
Hoje em dia, mais do em qualquer época, é necessário que nossos filhos estejam bem informados quanto aos cuidados que devem tomar ao iniciar a sua vida sexual. Hoje, ela se inicia muito mais cedo do que antigamente. Fato. Você pode até tampar o sol com a peneira, mas é real. E se você tiver dificuldades em aceitar isso, seus filhos, a mulher, em especial terá que enfrentar SOZINHA esta fase da vida, escondido de você. E aí sim, poderá estar sujeita a uma gravidez indesejada, doenças, e hoje temos a Aids, que é terrível (acompanhei dois primos, e vi como sofreram), mas muito mais triste, ela acabar caindo nas mãos de alguém que não a respeite, não a trate com carinho e consideração e acabar tendo uma "primeira vez" ruim, que ficará para sempre marcada na mente. Se você estiver por perto, como amiga e confidente, poderá orientá-la para que ela jamais "caia nessa".
E ainda, outro problema seríssimo, fazer um ABORTO. Uma menina, sozinha, abandonada pelo parceiro "cafajeste", que não quer nem saber, em uma clínica "suspeita", sem ninguém para apoiá-la, para orientá-la, para ampará-la, não tenha dúvida, estará no "inferno" e sofrendo muito. A dor, o medo, a desesperança, o desespero, a solidão...estes serão os seus companheiros...
Mães, sejam amigas de seus filhos. O problema não está em transar ou não transar antes de casar. Se sua filha fizer isso com alguém que a ame e a respeite, e idem para ela, isto não diminuirá em nada a sua integridade. A honra, a integridade, o caráter, a dignidade do ser humano está em suas atitudes e formas de pensar, e não em fazer ou não sexo. Tenha muito claro isto em sua mente.
Quanto ao caso da minha secretaria...
Acredito que ela, apesar de ter apenas 32 anos, ainda é daquelas que vê o sexo como uma coisa vergonhosa, suja, pecaminosa. Sabe, o tal do "pecado original"?
Eu realmente, não acredito nisso. Esse pensamento, sim, para mim, é uma doença.
O sexo nos traz à Vida, tão linda, tão cheia de ensinamentos, tão intensa...Como, então, ele poderia ser algo sujo e pecaminoso? Isto foram os próprios homens, sedentos de poder e manipulação, que criaram. Gostaria de me lembrar aqui de algumas falas que vi no filme "Arranca-me a vida", quando uma menina de 15 anos que recém se casara, fora pedir conselhos à uma velha sábia. Ela pediu à senhora que gostaria de aprender a "sentir", pois quando ela transava com o marido, nada sentia. É então, que, esta velha sábia diz palavras que eu nunca ouvi serem ditas sobre o sexo...ma ra vi lho so!!!!! mas não sei dizer aqui...vou pesquisar, é um filme mexicano.
Mas acredito, sim, no poder do sexo, que é Amor, união, explosão de energias espirituais belíssima e deliciosa de se sentir...o prazer...que nos completa e nos faz sentir que somos um só...isto é muito bom...é puro...é suave...é delicado...é sensível...é mágico...
Como isto pode ser ruim, vergonhoso, sujo? O pecado e a sujeira estão na mente e não no ato sexual, em si.
E quanto a que posição podemos usar? todas, tudo...nada é sujo, nada é pecado, nada é ruim ou mal...estando entre quatro paredes, havendo amor e cumplicidade, tudo é bonito e puro...
E fantasias sexuais? acho perfeita e puramente natural. Quando ficamos na fantasia...
quando queremos trazer as fantasias para a realidade, dependendo da fantasia, já acho mais complicado. Até mesmo uma das mais bravas lutadoras feministas que houve, a escritora francesa Simone de Beauvoir, que pregava o relacionamento e sexo livre, teve problemas no relacionamento que tinha com Sartre. Ela deixa isso claro, entrelinhas em seus livros. Em civilizações que não tem como cultura o casamento monogâmico, também assistimos, lemos, ouvimos, desgraças que ocorreram por isto.
Mas, cada um sabe o que faz.
Então, viva, ame, transe, sem culpa e sem remorsos, sabendo que o que você realmente está fazendo é VIVER, e sexo é vida!
Livros recomendados para as crianças sobre Educação sexual:
Este, a partir de 4 anos
Estes dois, a partir de 7 anos
Um beijo carinhoso!
Texto escrito por: Lizete Ferraz
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